quarta-feira, 11 de abril de 2012

Estou de volta pro meu aconchego...


Olá amigos!!

Voltei de Nicaragua quarta-feira passada. Saímos do orfanato as 4 da manha, viajamos o dia inteiro e chegamos em Redding as 11:30 da noite. Cheguei em casa e dormi infinitamente devido ao cansaço acumulado dos últimos dias de missão.

Essa viagem missionária foi um grande presente de Deus em todos os sentidos. Eu nunca me senti tão viva (completa e feliz).

Tantas coisas aconteceram nesses dias... e compartilharei alguns dos pontos altos com vocês (em mais de um post). Apenas tenham paciência.

Vamos começar por Honduras... ou eu deveria começar pelo aeroporto?

Estavamos em 45 pessoas. Já imaginou a logística de sair da nação com tanta gente? Haha Foi o máximo e também exigiu de nós certa antecedência e paciência no check-in. Um detalhe é que nos países da Europa e nos EUA (não sei como é nas outras nações), eles registram os filhos basicamente assim: Nome + Segundo nome (Eles chamam de Middle name) + Sobrenome (do pai). Como eu sou brasileira e tenho a alegria de ter 3 sobrenomes isso pode causar alguns desconfortos fora do Brasil. Bom, no aeroporto ninguém conseguia achar minha reserva e deu até um frio na barriga em pensar que algo estava saindo errado, mas escolhi confiar que tudo ficaria bem. Eles não achavam minha reserva com Oliveira, nem com De Oliveira (eles consideram assim, às vezes), procurei por Pereira e acabou que eles tinha escolhido o do meio (my favorite), Dutra. Aleluia, reserva feita, check-in completo, embarcamos.
Primeiro vôo de São Francisco para Houston, segundo de Houston para Honduras.


Chegamos em Tegucigalpa com um calor digno de Rio de Janeiro no verão (não que eu estivesse com saudades disso). Eita calor! Misericordia! (risos)
Várias vans foram nos buscar e nos levaram para um Hostel bem confortável, onde ficamos hospedados em todo o tempo que passamos em Honduras.
O primeiro dia foi para descansarmos da viagem e na manhã seguinte partimos para o primeiro lixão.


Saímos para o lixão meio que preparados para o que encontraríamos. Eu na verdade já imaginava e não estava assustada, nem nada, porque já havia estado em dois lixões antes (em São Gonçalo e em Florianópolis). Eu já esperava por um odor de doer as narinas e, baseada na experiência anterior, sabia que nos acostumaríamos com ele em cerca de 30 minutos.
Chegamos lá e a instrução era se misturar com o povo, fazer amizade, conversar ... conhecer as pessoas.
Aquelas pessoas não eram desocupadas. Na verdade, são pessoas que trabalham muito duro. Eles apenas não tiveram oportunidade melhor na vida.
As primeiras pessoas que conheci foram a Fernanda e sua mãe Edwiges.
Depois fui conversar com outra mulher, que por ter um nome incomum para nós, eu esqueci. Bom, ela trabalhava recolhendo solas de sapatos usados para vender, e também garrafas pet, fios de cobre, qualquer coisa que pudesse dar algum dinheiro.
Eu e minha amiga Ellie ficamos um tempão conversando com ela e logo seus filhos apareceram: Nolan, de 7 anos e Catherine de 11. Os dois não vão à escola, porque a mãe não conseguiu vaga para eles, então eles a acompanham todos os dias e a ajudam a catar algo que tenha algum valor. Conversando com ela, ela me contou que chega ao lixão com as crianças e seu irmão às 7 da manhã e catam o que podem até as 5 da tarde. Então eles vão ao lugar onde alguém compra o que eles conseguiram catar. Assim ela pode ter algum dinheiro para comprar algo para comerem naquele dia. Ela me contou também que eles não tinham nada em casa para comer. Basicamente eles trabalham de 7 da manha até as 5/ 6 da tarde para ter o que comer. Já imaginou isso com duas crianças? É de cortar o coração. E ao sair de lá eu não pude conter minha lágrimas... Nós temos tanto! Eu tenho tanto!! Sou tão abençoada, tão benefiada por Deus e Seu amor. E minha oração foi: “Deus, me usa para mudar alguma coisa. Que minha vida conte para ajudar outros, para levar Seu amor... Permita que de alguma forma minha vida seja contada para fazer a diferença na vida daqueles que eu encontro pelo caminho.” Eu não posso fazer muito fisicamente. Não posso mudar a realidade daquela família. Mas posso impactá-los com amor, dando atenção e carinho. E foi o que fiz.
A melhor parte de ter ido para países da América Central é que eu falo Espanhol e não precisei de tradutores, ou não fiquei limitada no contato com as pessoas por causa da língua. 3 anos de Espanhol, enfim pagos!! Valeu a pena! Eu simplesmente pulava do ônibus e ia direto para as pessoas.... conversava, compartilhava sobre Deus, amava e orava por elas!


Dica: Se você quer ser missionário, tem chamado, você PRECISA aprender Inglês e, quem sabe Espanhol (no mínimo). Vai facilitar muito o seu trabalho a abordagem! Eu agradeci a Deus por ter me inspirado/ guiado a estudar outros idiomas.

O primeiro dia no lixão de Honduras foi basicamente para fazermos amizade com as pessoas, conhece-las e no dia seguinte voltaríamos com comida e luvas para dar a eles.
Na verdade, os Banovs (líderes do trabalho que estávamos fazendo), visitam esse lixão há pelo menos 4 anos, então formar relacionamentos é o mais importante para eles (Banovs), para que o amor seja a base de tudo.

Essa é a Fernanda, que aceitou a Jesus e foi batizada ali mesmo!

No dia seguinte voltamos ao mesmo lixão e eu fui procurar a mulher com as duas crianças e não os encontrei, então fui procurar a Fernanda e a Edwiges. Resumindo a situação, a Fernanda foi tão amada pela nossa equipe e sentiu-se tão importante que decidiu dar sua vida a Jesus. Ali mesmo no lixão ela recebeu a Cristo e foi batizada por duas meninas e eu pude presenciar isso. Foi emocionante.
Caminhei pelo lixão e encontrei outras crianças que deveriam estar na escola, mas ao invés disso, estavam trabalhando. Conheci o Santos e o Josué, meninos de  10 e 12 anos que tinham o único sonho de ter sua própria família quando crescerem, ter um tênis novo e um vídeo game. Eu e meus amigos oramos por eles. Seus pedidos: saúde e paz  na família.
Nesse dia levamos comida, suco e as luvas e enquanto eles faziam fila para recebe-los, íamos ministrando aos que podíamos.
Eu e uma amiga oramos e ministramos cura interior a uma senhora.... ela chorava muito e tinha muita vergonha e dor em seu olhar. Vergonha foi algo que encontramos no olhar de quase todos os que encontramos. Não é de se surpreender que vivendo do lixo, é difícil ter em si uma auto estima elevada. Mas algum senso de valor eles tem. Uma das coisas que me surpreendeu foi ver várias das mulheres que ali trabalham com maquiagem. Sim!! Sombra, delineador, lápis de olho e batom! Sinceramente, eu gostei de ver!!

No segundo dia nesse lixão o cheiro estava muito forte. Eu creio que o calor mais intenso fez com que o odor estivesse mais forte também. Abraçamos, beijamos, sentamos juntos, oramos, e saímos de lá completamente sujos e fedidos. (risos) Mas ninguém estava se importando com isso. Estávamos cheios de amor para dar e a sujeira física era passageira.



A noite fomos a uma igreja fogaréu (eu compararia a uma Assembléia sapatinho de fogo). Os gringos da equipe alopraram. Afinal, a adoração latina é algo singular. Muita dança, alegria, gritaria e empolgação! Hahaha ... Tivemos tempo de compartilhar testemunhos e edificar a igreja local. Foi uma benção!!

No dia seguinte, partimos de ônibus rumo à Nicaragua! Woo hoo!!
Horas e horas de viagem... e duas fronteiras para atravessarmos, quero dizer, tivemos que passar pela imigração saindo de Honduras e depois entrando em Nicarágua. Mas foi a melhor revista de pagagem que passei na minha vida! Haha!! Erámos tantos que eles mal olhavam nossas coisas e nos liberavam.
Mais algumas horas de viagem e chegamos ao Orfanato Em Managua, onde nos hospedamos.

Em todo o tempo estivemos guardamos pelo amor e cuidado de Deus. Ele é bom!!

No próximo post eu compartilho mais sobre a viagem... e quero aproveitar para agradecer todo o carinho dos amigos que me acompanharam no pré-viagem e durante todo o tempo lá... Obrigada pelas contribuições e por cada oração por mim e pela equipe. Eu tive alguns problemas com a minha pressão arterial, que costuma baixar quando o clima fica muito quente, mas isso não me impediu de fazer o que nasci para fazer: espalhar amor e alegria.
Eu sou grata a Deus porque nunca estou sozinha. Tenho comigo o próprio Deus, seus anjos e as orações e carinho de muitas pessoas e isso faz toda a diferença. Então, obrigada de coração!!

Em breve, eu compartilho mais com vocês, ok?

No amor do Pai,
Patty Dutra












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